Quem estudou a economia brasileira desde o início, quando o Brasil era um país voltado para o mercado externo, período dos ciclos do café, ouro, açúcar, entre outros, até o foco para o mercado interno, visando diminuir suas importações tornando-se um país menos dependente do exterior, capaz de produzir tudo internamente, sabe que cada presidente por um lado contribuiu para a evolução do país, mas por outro prejudicou.
Melhorar a economia do país, acabar com a inflação, ter um saldo positivo na balança comercial e pagar a dívida externa foram alguns dos objetivos comuns e persistentes entre nossos presidentes.
Mudanças foram feitas, congelamento de preços e salários, aumento de impostos, empréstimos absurdos e etc.
Podemos até arriscar dizendo que a “pressa” de JK em desenvolver “50 anos em 5”, causou muitos danos que levaram a tentativas de reparo nos governos seguintes, visto que enormes dívidas foram geradas.
Mais para frente, o período do Milagre Econômico pareceu ser a salvação, porém, outros governos acabaram escorregando e mais problemas foram surgindo no país.

Atualmente, a dívida externa continua existindo, apesar de alguns acharem que ela foi paga e, a dívida interna, que substituiu a externa, está crescendo.
Notícia do globo sobre a dívida:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/10/divida-publica-sobe-22-em-outubro-para-r-18-trilhao.html

Com a necessidade imediata de resolver os problemas econômicos do país, o que não deixa de ser um fato importante, o governo é capaz de sacrificar muitas coisas.
Faz parte da nossa história; virou hábito, costume!
Os governos se acostumaram a buscar soluções, o que está correto! Mas erram ao ignorar os danos que isso causa.
Estamos vivendo danos que foram causados há anos e anos.
A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte será mais uma “solução” que deixará danos para os próximos governos repararem.
Ressaltando que não apenas danos ambientais, mas econômicos, visto que nossa dívida interna continua aumentando.
Vira um ciclo sem fim!

Uma usina hidrelétrica com certeza pode trazer benefícios.
Só que antes deve ser feita uma pergunta: o país está preparado para arcar com o prejuízo?!

O meu objetivo não é falar mal do governo atual, antes que alguns petistas fanáticos apareçam para me “crucificar”, visto que o projeto para construção da usina de Belo Monte (antes chamada Kararaô) começou em 1979.

Mas para quem não está por dentro da situação econômica em que o país se encontra, sugiro que pesquise para obter informações com fundamentos acerca das verdades e mentiras.
Não acredite em tudo que a TV mostra, nas propagandas imediatas e não reproduza discursos prontos.
Estude para entender.
Quanto mais informações você obtiver, mais capaz será de concordar ou não com projetos do governo.
Tarefa difícil?!


Além dos danos futuros, a construção da usina de Belo Monte irá prejudicar o presente das pessoas que vivem na região, que representam a história não somente do nosso país, mas do mundo. Já parou para pensar nisso?!
É muito fácil não entender de política e de meio ambiente e querer defender o projeto, quando você não será o atingido.
Difícil é se colocar no lugar das pessoas atingidas e projetar na cabeça o futuro a que essa perigosa obra nos levará.
Quem só fala de política no período de eleição, quem joga chiclete e papel na rua, não tem direito a dar opinião!

Aproveito para falar também sobre o Movimento Gota D’água, liderado pelo ator Sérgio Marone que reuniu atores da rede globo com um apelo para impedir a construção da usina de Belo Monte.
Acho ótimo quando pessoas como o Sérgio Marone, “conhecidas”, tomam iniciativas de tamanha repercussão, que talvez um simples cidadão jamais conseguisse causar.
Assista ao depoimento do ator e a campanha:




Acrescento um trecho do blog do vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, que traduz um pouco do que eu gostaria de transmitir no final deste texto:

“O que antes estava sendo discutido apenas entre sociólogos, cientistas políticos, autoridades e ambientalistas, chegou finalmente aos olhos e ouvidos do povo. (...) Quem é o povo?! São as pessoas que adoram assistir as novelas da emissora, que acompanham o Campeonato Brasileiro, o Fantástico, os jornais, as corridas de Fórmula 1, os filmes e tudo mais que entretém a grande parte da população. (...) devemos ter o discernimento de que de fato, é a TV quem educa e determina boa parte do comportamento da nossa sociedade e por sua vez, molda a opinião da grande maioria.”


Apesar de eu não ser a favor de grande parte da manipulação de opinião que a televisão pode gerar, ao se tratar deste movimento, quase que sendo hipócrita, estou adorando ser "manipulada" (risos).

Mas cabe a você, após se informar como eu, os atores da rede globo, formar uma opinião antes de criticar.

Ah, e antes de decidir de qual lado está acerca da construção da usina, sugiro que amplie seu conhecimento:

1- Estude a economia do Brasil desde o início, buscando entender os projetos e tentativas dos governos, bem como as dívidas que foram criadas.

2- Pesquise sobre o histórico sobre as usinas hidrelétricas, bem como seus impactos no Brasil, não apenas ambientais.

3- Leia sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, o que é, quando começou e para onde vai.



Existem livros, sites, artigos, muitos locais de onde as informações sobre esse assunto podem ser extraídas.

Como sugestões simples de leitura indico:

• O texto da Wikipédia sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Belo_Monte

• O artigo “Histórico sobre as usinas hidrelétricas, bem como seus impactos ambientais no Brasil”: http://www.artigos.etc.br/historico-sobre-usinas-hidreletricas-e-seus-impactos-ambientais-no-brasil.html

• Texto “Belo Monte: triste história”, do Greenpeace em 2010: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/A-feia-historia-de-Belo-Monte/


Beijos,
Pauline.


Olá galera!
Estava sem postar há um tempinho mas voltei com tudo para falar de dois temas interessantes que se completam: as coisas simples da vida passando desapercebidas perante aos nossos olhos e a importância de viver no momento presente!

Como introdução vou falar um pouco sobre o filme Ensaio Sobre a Cegueira. Você já viu? Caso ainda não, recomendo!
A história do filme fala sobre uma epidemia mundial aonde todas as pessoas começam a ficar cegas, mas por algum motivo apenas uma mulher não foi infectada e consegue enxergar.
Baseado no romance do escritor português José Saramago, o qual relata sobre o livro que “através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso", o filme passa uma mensagem incrível sobre o despertar dos instintos de sobrevivência do homem devido a cegueira, bem como a igualdade que a cegueira leva as pessoas no final da trama, concluindo que ninguém é melhor ou pior, todos são iguais e precisam se ajudar para “reconstruir” o mundo que ficou um caos total!

Com a globalização, os avanços tecnológicos e a necessidade de estar sempre conectado e antenado com o que está acontecendo no mundo, as pessoas acabam perdendo valores e coisas simples da vida. Vivem para o futuro, preocupam-se com o passado e se esquecem do agora, ficando cegas...

O vídeo seguir exemplifica perfeitamente essa cegueira simbolizada pelo “iphone”:


Não sou contra o avanço tecnológico, muito menos contra o iphone, antes que alguns revoltados façam suas críticas hehe.

Mas faço um apelo para sermos inteligentes e buscarmos um equilíbrio. Conhecer os dois lados e tirar proveito de forma saudável é fundamental.
Um dia fui jantar com um grupo de amigos. Sentados em uma mesa redonda, esperávamos o garçom trazer os pedidos. Enquanto isso, com a cabeça curvada, cada um fixava a atenção em uma pequena tela de celular, atualizando o facebook. Ninguém viveu aquele momento, não tinha ninguém ali no presente...

O que eu desejo é que as pessoas vivam mais a vida e não, simplesmente, passem por ela. Fiquem deslumbradas com o pôr-do-sol, uma criança nascendo,  a risada dos amigos, as ondas do mar...
Quando ficamos cegos, mas podendo enxergar, ao sermos comparados com aquele cego que sofre, de fato, uma deficiência visual, conclui-se que o segundo, sem dúvida, enxerga muito mais que nós.

Então, abra os olhos agora, fique aqui no presente, viva esse momento, não deixe para amanhã, não se prenda ao passado.
Liberte-se!


Como dica, recomendo o livro “O Caminho do guerreiro pacífico”, que também possui um filme chamado “Poder Além da Vida” e foi baseado em uma história real.

Para concluir, uma passagem do livro...
“Amarrei o sapato, levantei-me e me vi sozinho num sótão velho e mofado, sem janelas. Em meio à penumbra, identifiquei alguns baús, com a forma de caixões verticais, encostados em um canto.

Os pêlos dos meus braços se levantaram de uma só vez e eu senti um medo indiferente.  Eu não ouvia nenhum som a não ser as batidas do meu coração. Tudo o mais era abafado naquele ambiente lúgubre embolorado. Hesitei ao dar um passo e percebi que estava no interior ed uma estrela de cinco pontas, um pentagrama vermelho-acastanhado, pintado no chão. Olhei mais de perto. A cor era de sangue ressecado – ou coagulado.
Ouvi uma gargalhada, um rosnado às minhas costas, tão repugnante e horrenda que senti um gosto metálico na boca. Virei-me e dei-me com uma besta disforme. O monstro soprou na minha cara, e um hálito fedorento, adocicado e enjoativo, de morto, atingiu-me em cheio.

As bochechas grotescas afastaram-se, revelando presas negras.
- Veenhaa para miiiimm – disse. Senti-me induzido a obedecer, mas por instinto me contive. Não me mexi.

O monstro trovejou sua fúria.
- Minhas crianças, peguem-no!

Os baús começaram a se mover lentamente na minha direção e se abriram, revelando cadáveres em decomposição, repugnantes, que saíram de suas tumbas e avançavam firmemente. Rodopien dentro do pentagrama, buscando um lugar para onde correr; de repente a porta do sótão se abriu e uma jovem de aproximadamente dezenove anos entrou, aos tropeções, caindo na extremidade externa do pentagrama. A porta permaneceu entreaberta e um raio de luz penetrou o quarto.
Ela era linda e estava vestida de branco. Gemia como se estivesse ferida e disse com voz fraca:

- Ajude-me, por favor, ajude-me! – Seus olhos imploravam, chorosos, mas guardavam uma promessa de gratidão, recompensa e desejo insaciável.
Olhei para os monstros que se aproximavam. Em seguida olhei para a garota e a porta.

Por fim a Sensação aflorou dentro de mim: ”Fique onde está. O pentagrama é o momento presente. Aí você está seguro. O demônio e seus asseclas são o passado. A porta é o futuro. Cuidado.”
Nesse momento, a garota gemeu novamente e rolou de costas. O vestido ergueu, deixando uma perna à mostra, quase até a cintura. Ela estendeu as mãos para mim, tentadora.

- Ajude-me...
Embriagado de desejo, lancei-me para fora do pentagrama.

A mulher rosnou para mim, exibindo presas vermelhas de sangue. O demônio e sua gente gritaram triunfantes e saltaram sobre mim. Pulei para dentro do pentagrama.”




“O pior cego é aquele que não quer enxergar o presente.”

Beijos,
Pauline Alves.